As Pedras

 Ágata (Calcedonia)

As pedras são outro dos encantos do Lobo. Apenas pelo seu valor estético.

 Quartzo com inclusões aciculares de rútilo

As pedras são essencialmente minerais: matéria natural e inorgânica que possui uma determinada composição química e uma estrutura interna regular. Há algumas excepções a esta definição: o âmbar, as pérolas ou o coral são originários de plantas ou animais e, como tal, são orgânicas.

Âmbar com inclusão de insectos

Âmbar não polido

Tanto umas como outras têm ao longo das eras sido usadas para diversos fins que não apenas o adorno das pessoas, ainda que este seja um dos seus principais atractivos.

Bolsas e jóias tibetanas com incrustrações minerais

As pedras são formadas por minerais, um ou mais, e podem apresentar-se em três grandes grupos: magmáticas; sedimentares ou metamórficas.

Obsidiana

As rochas magmáticas são as que solidificam a partir de rocha em fusão, podendo originar cristais.

Labradorite

As rochas sedimentares formam-se por acumulação de fragmentos de rocha que se desagregaram e que voltam a assentar e a tornar-se rocha dura. Os sedimentos depositam-se em camadas e as pedras surgem nesses veios de sedimentação. É o caso das opalas, das turquesas, do sal-gema ou do gesso.

Opala

As rochas metamórficas foram sujeitas a intenso calor ou pressão no interior da terra e enquanto este processo decorre podem formar-se pedras preciosas no seu interior. Por exemplo o calcário pode apresentar rubis na sua matriz.

Calcite

As propriedades físicas dos minerais incluem: a dureza, o peso específico, o tipo de clivagem e  a natureza da fractura.

Quartzo róseo

As formas dos cristais são muito diversas. Podem ser, por exemplo, amorfos, aciculares (em forma de agulha), piramidais, maciços, dendríticos, prismáticos, etc. Os sistemas cristalinos classificam-se em 7 sistemas diversos, de acordo com a sua simetria.

Cristal de rocha

Os minerais possuem propriedades ópticas, que dependem da luz, da composição e da presença ou não de impurezas ( em geral óxidos metálicos).

Cristais de calcite e pirite

O modo como a luz se reflecte nas superfícies do mineral é o brilho. O brilho pode ser muito diverso: ceroso, adamantino, metálico, gorduroso, vítreo, sedoso, etc.

Ágata (Calcedonia)

A interferência determina o modo como a luz se reflecte nas estruturas internas de uma pedra. No feldspato ou na pedra da lua a interferência é denominada de adularescência ou de luminosidade superficial. A interferência pode criar um efeito de estrela (asterismo). A iridiscência é o efeito de arco-íris que se verifica em muitas pedras, por exemplo na labradorite, na opala, no quartzo irizado ou na hematite.

Fluorite

Por vezes as pedras apresentam inclusões naturais. Por exemplo, um diamante pode conter granadas, os cristais de rocha podem conter inclusões aciculares de rútilo.

Quartzo com inclusões aciculares de rútilo

Naturalmente que a lapidação e o polimento são determinantes no aspecto que as pedras preciosas e semi-preciosas apresentam.

Ametista

A beleza, a durabilidade e a raridade sempre constituíram atractivos para que as pessoas em todas as épocas buscassem, adquirissem e ostentassem pedras.

Turmalina rosa em matriz de quartzo

Mas o seu uso foi também de outra natureza. Por exemplo a obsidiana, pela sua dureza, foi utilizada na Idade da Pedra para fazer objectos cortantes.

Turmalina verde

Muitos objectos rituais e religiosos encontram-se também em muitas culturas.

Pirite

Pedras para adorno encontram-se na China Antiga, no Egipto (quem nunca viu a máscara de Tutankamon?), nas civilizações Maia e Azteca, na Grécia Clássica, em Roma, etc.

Cristais de berilo na matriz

Muitos designers de jóias buscam inspiração em modelos antigos, outros reinventam-nos ou criam formas nunca vistas. As pedras são uma fonte de inspiração para muitos criadores. Os ovos de Pierre Fabergé (1846-1920), as jóias art nouveau de René Lalique ( 1860 – 1945) ou as jóias contemporâneas de Ilias Lalaounis são exemplos da criatividade dos artistas no uso de materiais preciosos.

Turmalina melância

Na Idade Média e, em particular no Renascimento dá-se um forte incremento do uso de pedras preciosas e da sua ostentação como sinal de riqueza. O surgimento de uma classe social intermédia, com poder de compra,  e o acesso directo às origens das pedras preciosas após a expansão europeia, são factores preponderantes na divulgação destas preciosidades.

 

Malaquite

As pedras assumiram e continuam a possuir atractivos de natureza mágica e mística. As máscaras funerárias aztecas, ornamentadas com turquesas aceleravam a entrada no mundo dos mortos. As bolas de cristal de pedra polida continuam a ser utilizadas para prever o futuro.

Sodalite

Muitas pessoas acreditam que o uso de pedra em contacto com a pele pode protegê-las. Nos países do extremo oriente, o jade é particularmente apreciado.

Taça de jade - China

Taça de jade - China

Da Índia ao Japão encontram-se muitos objectos utilitários, adornos, objectos de colecção ou rituais, assim como imagens religiosas esculpidos em pedras muito diversas. As imagens de buda em Jade verde ou jade branco leitoso da Birmânia (Myanmar) são profundamente veneradas. Imagens de buda em cristal de rocha também são frequentes.  Cabeças de buda em pedras diversas são muito apreciadas, quer na Índia, quer na China.

Cristais de quartzo

O jade esculpido sob a forma de plantas, flores ou frutos é também frequente. Por vezes as pedras são trabalhadas como taças para chá, bules ou outros artefactos valiosos ligados à alimentação. Muitas peças de colecção são efectuadas em pedras de origem orgânica ou inorgânica, ou então, como no Tibete, as pedras são incrustradas nos objectos rituais, nas imagens, nas adagas ou nas bolsas para transporte de objectos no dia-a-dia.

Taça de ónix (calcedonia) - China

Do lápis-lazuli ao quartzo, da ametista, aos cristal de rocha, da obsidiana à calcedónia, tudo o que encanta é transformado e disposto ou utilizado como adereço.

Cristais de ametista

Algumas pessoas consideram que a reflexão da luz incidindo sobre determinadas partes do corpo pode fornecer-lhes energia curativa.

O hábito de usar uma pedra associada ao mês de nascimento teve o seu início na Polónia no Século XVIII. Hoje em dia é a seguinte a associação entre o mês de nascimento e as pedras:

                                         

Janeiro - Granada

Fevereiro - Ametista

Março  - Água-Marinha

Abril - Diamante

Maio - Esmeralda

Junho - Pérola

Julho - Rubi

Agosto - Peridoto

Setembro - Safira

Outubro - Opala

Novembro - Topázio 

Dezembro - Turquesa.

Água marinha

Por serem tão apetecíveis, as pedras podem ser falsificadas de muitas maneiras: através do calor, do tingimento, das radiações, do oleamento, etc.

 

No nosso tempo, toda a gente sabe o quão importante é o ouro.

Os diamantes continuam a ser os melhores amigos das mulheres. Marilyn Monroe foi muito expressiva a esse respeito.

Norma Jean Baker

Nota: Estas fotos de pedras são da colecção do Lobo. Esta colecção tem sido feita ao longo de anos e o Lobo tem aquirido pedras em muitos locais do mundo. Outras têm sido oferecidas. A maioria, contudo, provém do Brasil. É possível a existência de alguma imprecisão ou incorrecção na classificação apresentada.