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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Retábulo de Nossa Senhora da Vida - Marçal de Matos



Retábulo de Nossa Senhora da Vida

Lisboa,Marçal de Matos, c.1580
Faiança policroma
500 x 465 cm
Proveniente da antiga Igreja de Santo André, Capela de Nossa Senhora da Vida, Lisboa


Museu Nacional do Azulejo  Invº 138


São Marcos



São João Evangelista



Marçal de Matos fez, no início do Século XVI, uma das obras-primas da empolgante azulejaria do nosso país. São 1498 azulejos de faiança sobre barro vermelho, onde em trompe l´oeil e numa linguagem maneirista opulenta na representação e nas cores, o artista representa o nascimento de Jesus. É uma representação genuinamente portuguesa do Natal, com retábulos em andares sucessivos, colunas e nichos, onde os pais enlevados, os pastores e os animais - ternos e quase humanos - celebram a alegria do nascimento.

Estes quadradinhos de barro, mais tarde de pó de pedra, cerâmicos e vidrados, são uma das paixões nacionais.

Herdámos o nome destas peças dos nossos amigos muçulmanos, que tanto contribuíram para a nossa mescla de culturas. Herdámos o nome e o gosto por estas peças de cerâmica e enchemos o país, por dentro e por fora dos edifícios, com estes quadrados vidrados que reflectem a luz do atlântico sul de um modo tão especial.

Portugal é o maior Museu Nacional do Azulejo do mundo, mas o museu homónimo guarda também muitas maravilhas, que por motivos diversos, foram retiradas dos seus locais de origem.

O Museu está instalado no Convento da Madre de Deus. Ele próprio magnífico. A sua capela é fulgurante. O restaurante é uma festa de azulejaria azul e branca para os olhos.


Este museu é o meu museu preferido existente em Lisboa. Extasio-me sempre que o visito. Tudo é entusiasmante e vale a pena vir a Lisboa só para admirar as peças contidas neste edifício. Desde a azulejaria primitiva e arcaica, às peças da renascença, passando pelo período áureo dos séculos XVII e XVIII, prosseguindo pela azulejaria industrial do século XIX e culminando nos trabalhos de artistas modernos e contemporâneos, o museu constitui um livro aberto para compreender e apreciar a evolução artística e técnica de que a azulejaria tem sido objecto no nosso país.


O Grande Panorama de Lisboa, em 23 metros de comprimento representa a cidade em 1700, portanto antes do terramoto de 1755. É uma obra de grande fôlego que revela a paixão da representação cerâmica existente à época e, em simultâneo, o carinho e admiração pela magnifíca cidade que o artista via. Provém do palácio dos Condes de Tentúgal e José Meco, atribui a obra a Gabriel del Barco.




Nota: Fotos e texto do Lobo.

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